Em 1998, três estudantes de engenharia de computação na Escola Politécnica da USP, Romero Rodrigues, Rodrigo Borges e Ronaldo Takahashi, juntos de Mario Letelier, estudante de administração, começaram a buscar idéias para o lançamento de novos projetos ainda não existentes no mercado.
Buscaram o segmento on-line e perceberam que os serviços oferecidos eram poucos; tentaram pesquisar produtos para compra na internet e nenhum site exibia uma lista de preços praticados por diversas lojas de um mesmo produto - o que obrigava o consumidor a passar horas em frente ao computador, abrindo diferentes páginas de sites de lojas diferentes, ou também a visitarem as lojas físicas. E na falta de acesso, a única ferramenta era o contato telefônico, em que os lojistas demoravam para acessar seus preços praticados em razão da grande variedade de produtos.
Romero Rodrigues, líder do grupo de estudantes, atual CEO do Buscapé, desde cedo foi incentivado pelo pai a abrir o seu próprio negócio baseado em idéias inovadoras. Ao invés de ganhar um carro por ter passado no vestibular da USP, seu pai lhe presenteou com um computador em 1995, de última geração naquela época, quando a internet era novidade no Brasil. Foi a chave para a idéia da criação da Buscapé. Os quatro amigos se reuniram em uma sala pequena de um edifício, investiram dinheiro em três computadores pessoais e 4.800 reais, em junho de 1999. Começaram a ligar para as empresas oferecendo o software spider, desenvolvido por Rodrigo Borges, mas não obtinham nenhum resultados. Era difícil naquela época explicar a idéia que se tornaria hoje no site líder da América Latina em comparação de preços. Romero Rodrigues, que sempre vislumbrou o potencial de novos projetos, até hoje cria marcas e consegue parcerias que trazem resultados satisfatórios, compensando todo o esforço dos envolvidos. Não existiam outras empresas neste segmento focado em comparação de preços de produtos, lojas e serviços.
A saída foi afiliar lojas, licenciar a ferramenta para lojas que estavam começando na época como Magazine Luiza, despertando o interesse de outras lojas. Após muito esforço, a inauguração veio ocorrer somente em 1999, quando os estudantes, atualmente sócios-diretores da empresa Buscapé, não tinham nem local para realizar reuniões. O nome da empresa inicialmente seria QuantoCusta, se já não estivesse registrado. Após um longo brainstorming, Rodrigo Borges, havia listado em vigésimo lugar a palavra Buscapé (nome regional de um tipo de bomba da família de fogos de artifícios, geralmente usadas em festas juninas). O grupo aceitou a sugestão e de repente, com a bolha da internet e o crescimento do comércio eletrônico do Brasil, conseguiu atrair investidores como E-Plataform (em 2000), (Merrill Lynch), Unibanco e Brasil Warrent (grupo Moreira Salles).
O primeiro investimento realizado foi de US$ 500 mil, em dezembro de 1999; depois houve um segundo aporte de US$ 6 milhões e, no final de 2005, esses grupos venderam suas participações para o fundo norte-americano Great Partners Hill, hoje proprietário de mais de 50% do capital do Buscapé. Em 2005, o fundo Great Hill Partnes fez um aporte adicional na empresa de modo a viabilizar a compra[1] de parcela do maior concorrente do Buscapé, Bondfaro. O restante do Bondfaro foi fundido com o Buscapé, transformando a empresa resultante no maior site de pesquisa de preços da América Latina. Romero manteve investimentos na empresa para que esta se tornasse rentável em setembro de 2002, atingindo seu equilíbrio econômico. Paralelamente à gestão da empresa nestes últimos nove anos, Romero deu início à expansão internacional.
Atualmente os escritórios do Grupo Buscapé estão em São Paulo, Rio de Janeiro, Cidade do México, Buenos Aires, Santiago e Bogotá, e as propriedades do Buscapé estão presentes em mais de 28 países. Apesar do aumento da concorrência, o Buscapé se tornou rapidamente a principal fonte para comparar preços online no crescente mercado de e-commerce nacional. Foi preciso contratar gerentes para cuidar dos escritórios locais internacionais, todos ligados à atividades na câmera de comércio de cada país. Os funcionários contratados passam por diversas entrevistas para que os sites alcancem o resultado de alto lucro já obtido no Brasil. Na Buscapé, os funcionários tem bolsa para estudo de idiomas inglês e espanhol, visando a eficácia na produtividade dos trabalhos. Hoje o Buscapé destaca-se como o principal competidor na América Latina entre gigantes mundiais como Google e Yahoo, UOL, E-bay e Mercado Livre. Em 2005, a empresa faturou R$ 18 milhões, valor expressivo em comparação aos R$ 100 mil registrados há sete anos.