Que o capital humano é o bem mais valioso de uma organização não restam dúvidas. Conscientes disso, as companhias buscam a fórmula para atrais e manter os bons profissionais pelo maior tempo possível. Em setores onde a rotatividade é elevada, como TI, comércio varejista e serviços, elas tem apostados em políticas diferenciadas pare reter talentos.
Quanto maior a oferta, mais difícil segurar os profissionais, principalmente os mais jovens.
Todos buscam mão de obra capacitada e especializada, por isso as propostas para mudar de emprego são sempre atraentes. Atualmente, com o maior investimento em áreas de RH e gestão de pessoas, têm sido freqüentes as avaliações das principais causas que levam os funcionários a saírem de uma empresa. Além de ser oneroso, o transtorno pode abalar a produtividade.
Segundo pesquisa do IBGE, o número de vagas em TI cresceu cerca de 40% nos últimos três anos. Outro estudo realizado pela Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) no ano passado mapeou mais de 30 mil oportunidades para TI no Brasil, sendo que mais de 23 mil dessas vagas estão na região Sudeste.
Já no varejo, de acordo com um estudo da Fecomercio-SP (Federação do Comercio do Estado de São Paulo), o setor fechou junho com mais de 835 mil funcionários formais e uma taxa de rotatividade de 4,2%. Embora o número seja inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado, o comércio varejista continua com sinais de recuperação, pelo terceiro mês consecutivo, no nível de emprego.
Toda esta oferta levou as companhias a usarem a criatividade para driblar o turnover. Uma idéia foi a criação de políticas de bonificação para colaboradores. Há empresas onde os funcionários são estimulados a indicar profissionais conhecidos em troca de quantia em dinheiro, caso estes sejam contratados e permaneçam na empresa durante um tempo determinado. Em outras, são oferecidos bônus para compras quando uma indicação resulta em contratação.
A indicação de “amigos” por funcionários, que teve a Microsoft como uma de suas precursoras no país, vem se transformando em programas formais dentro das empresas das companhias. A prática de indicar surgiu porque nem sempre pagar um bom salário basta para não perder o funcionário excepcional. A maioria dos profissionais enxerga mais valor em outros benefícios como prêmios em dinheiro e estudos no exterior, plano de carreira, clima, possibilidade de crescimento intelectual.
Cada vez mais os organizadores tentam transformar as pessoas no “segredo do sucesso”. Mas é preciso desenvolvê-las e propiciar desafios aos indivíduos. Cabe, portanto, às empresas planejar o caminho a seguir para tornar seus colaboradores grandes aliados.
Fonte: Valor Econômico - Michael Wimert * Michael Wimert é presidente da Elucid