Ao pé-da-letra, o primeiro modelo a ser chamado de bicicleta ("duas rodas") surgiu em 1870.
Era toda de metal, tinha os pedais na enorme roda da frente e custava o equivalente a seis meses de salário de um trabalhador médio. Mas não foi uma invenção, algo surgido do dia para a noite, e sim o resultado de uma evolução que começou num brinquedo criado na França 80 anos antes.
Tratava-se de um pequeno cavalo de madeira dotado de uma roda dianteira fixa, que não podia ser virada para os lados.
Um probleminha resolvido quando o barão alemão Karl von Drais desenvolveu a "máquina de andar" em 1817. A roda virava, só que os pedais ainda não tinham sido concebidos: era preciso andar com os pés no chão para impulsionar o veículo, no melhor estilo Fred Flinstone.
Foi o ferreiro escocês Kirkpatrick Macmillan, em 1839, quem primeiro apareceu com os pedais grudados na enorme roda da frente - acreditava-se que quanto maior ela fosse, mais rápida a engenhoca andaria. A tendência das rodas de tamanho igual, assim como o sistema de corrente e catraca, surgiu num projeto inglês na década de 1880. Os mecanismos de marcha que permitem alcançar maiores velocidades sem grande esforço foram inventados na década seguinte.
Evolução equilibrada
Busca de conforto e segurança inspirou vários modelos
Busca de conforto e segurança inspirou vários modelos
1. Agitador de ossos
Surgiu em 1865, trazendo pedais adaptados à roda dianteira. O nome oficial era velocípede, que quer dizer "pé rápido". Mas o modelo ficou mesmo conhecido como "agitador de ossos": construído em madeira e com rodas de metal, ele tremia e pulava nas ruas de pedregulhos da época. Um sofrimento para o condutor.
2. roda grande, tombo idem
Em 1870, foi criado o primeiro veículo de duas rodas a ser chamado de bicicleta. Era totalmente feita de metal (antes disso, a metalurgia ainda não avançara o suficiente para produzir peças metálicas que fossem ao mesmo tempo leves e resistentes), trazia a novidade dos pneus em borracha maciça, mas os pedais continuavam teimosamente presos na roda dianteira. O grande problema - mas grande mesmo - era a roda dianteira, que deixava o condutor acima do centro de gravidade. Bastava uma pedra no caminho para que, com as pernas entaladas sob o guidão, o coitado capotasse para a frente, de cabeça.
3. Ensaiando o automóvel
As roupas que as mulheres usavam no século XIX não eram exatamente apropriadas para andar de bicicleta. Em 1869, um relojoeiro italiano, Raimondo Vallani, apareceu com uma solução: o triciclo, que, além de uma providencial terceira roda, tinha a barra central rebaixada, para ajudar as mulheres no posicionamento das pernas. Outras inovações do triciclo, como os freios nas rodas e o sistema de transmissão, foram aproveitadas mais tarde pela indústria automobilística.
4. Uma cãmara na mão
Em 1888, o irlandês John Boyd Dunlop colocou pneus com câmara de ar no triciclo do filho. Sua preocupação era apenas quanto ao conforto, mas o recurso trouxe melhorias também à estabilidade do veículo. Isso impulsionou a indústria de bicicletas e, pouco depois, a dos automóveis. "Andar de bicicleta fez mais pela emancipação da mulher do que qualquer outra coisa no mundo", diria a ativista americana Susan Anthony, no final do século XIX.
Fonte: mundoestranho.abril.com.br
Fonte: Revista Bicicleta, edição 04/01
Colaboração: Escola da Bicicleta / Tudo sobre Rodas
Fonte: Revista Bicicleta, edição 04/01
Colaboração: Escola da Bicicleta / Tudo sobre Rodas
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